Por Laís S. Santana
Para sermos socialmente responsáveis, verdadeiramente, é preciso pensar a responsabilidade social de maneira ampla e não somente focada na nossa área de atuação.
Uma pessoa responsável está atenta para responder em várias situações do seu dia-a-dia e não apenas num núcleo específico de sua vida.
Para ser mais clara vou exemplificar. Se uma pessoa é atenta às suas ações, às pessoas e ao ambiente ao seu redor, ela cuidará para que alguém ao seu lado não caia, para que o papel no chão seja recolhido, para que o outro não aguarde muito tempo na fila, para que o material do projeto seja menos agressivo ao ambiente.
A responsabilidade como tarefa é uma ação incompleta. Ela deve ser intrínseca ao cidadão, deve ser algo óbvio, portanto, fácil e espontâneo. Fazer o melhor para si, o outro e o mundo deve ser algo prazeroso e isso é ser responsável.
A palavra responsabilidade não deveria ser um diferencial num currículo, assim como qualidade não é diferencial num produto. O produto é qualificado ou não atende. Um profissional/cidadão é responsável ou não exerce seu papel completamente.
Do que adianta enquanto designer saber escolher o papel menos agressivo, o acabamento menos custoso, o formato que menos desperdice, se ao comprar um produto isso é o que menos interessa na sua escolha? Ou trabalhar num hospital atendendo às pessoas doentes quando não se é atento o suficiente para ceder o lugar no ônibus aos usuários preferenciais, seja qual for o banco de toda a extensão do transporte que se esteja sentado?
Para quem, a partir desse texto, percebeu que não tem sido um completo profissional/cidadão, darei a receita que tenho experimentado. Tornar-se responsável depois de certo tempo é questão de exercício e observação. Não é preciso se envergonhar por não ter prestado mais atenção em algumas situações e por conseqüência não termos assumido responsabilidades. Ao contrário, vamos exercitar até que exerçamos a responsabilidade tão naturalmente como respiramos.
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