(publicado em 18.07.2008)
Texto extraido do InfoMoney de 15.07.2008.
Consumo consciente. Diante de apelos sustentáveis, ecologicamente corretos e socialmente responsáveis, a prática do consumo consciente é cada vez mais cobrada dos consumidores. No entanto, como tornar mais racional a tomada de decisão na hora da compra?
De acordo com a psicanalista e representante no Brasil da IAREP (International Association for Research in Economic Psychology), Vera Rita de Mello Ferreira, criar o hábito do consumo consciente pode ajudar o cidadão a reverter o quadro do consumo exagerado e partir para o sustentável. "No entanto, não é nada fácil. A busca pela satisfação imediata deixa o consumidor vulnerável a qualquer tipo de produto", disse a especialista. "Na hora de atender a um desejo, na cabeça o que vale é a vontade", continua.
Para a especialista, essa atitude é própria do ser humano e pode ser explicada. Segundo ela, apesar de no tempo de Freud não existir esse consumo desenfreado, os princípios da psicanálise podem, de alguma maneira, explicar essa atitude. "É a eterna busca pela satisfação, pelo desejo imediato. Nessas horas, é mais fácil comprar qualquer coisa, sem levar em conta o que é, ou não, sustentável".
Justificativas para as compras
Segundo Vera Rita, depois de comprar, pode até "bater" o arrependimento, mas desculpas e justificativas são sempre fáceis de serem dadas nestas horas.
Além disso, diversas pesquisas apontam que a maioria das pessoas se diz disposta a pagar mais por um produto sustentável, no entanto, os mesmos levantamentos apontam que, na hora da compra propriamente dita, o percentual de pessoas que realmente busca o produto responsável é bem menor.
Para a psicanalista, essa é uma forma de justificar a compra de algo que não é considerado sustentável: o poder aquisitivo x o custo dos produtos. "Mesmo falando que pagariam mais caro por algo sustentável, no dia-a-dia é o preço que fala mais alto", diz.
"Na hora da compra, a satisfação de pagar menos é maior do que a preocupação de longo prazo", explica. "Em geral, a gente não gosta de pensar sobre o futuro e, principalmente quando o assunto é consumo, o prazer imediato comanda a decisão".
Consumidor consciente
Para Vera Rita, por conta dos freqüentes debates e discussões sobre o assunto, as pessoas com mais acesso à informação estão mais atentas às preocupações ambientais. Segundo ela, seria possível dizer que a prática do consumo consciente muda de acordo com algumas variáveis, como:
Educação
Formação
Informação
Além disso, segundo ela, a situação financeira também influencia. "As pessoas com renda mais baixa pensam, antes de tudo, na sobrevivência".
No entanto, é importante frisar que, independente de qualquer nível de instrução ou classe social, todos estão suscetíveis aos impulsos do consumo. "A diferença é que as pessoas em melhores condições estão mais expostas a este debate".
AUTORA: Patricia Alves
Gente, vamos praticar o consumo consciente já???
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