(publicado em 26.03.10)
Parte II
As ações e proposições absorvidas pela II Conferência Nacional de Cultura reproduzir-se-ão no Plano Nacional de Cultura- PNC e no Sistema Nacional de Informação e de Indicadores Culturais- SNIIC. A nosso ver, essas iniciativas contribuem para valorização, o reconhecimento, a divulgação e o fomento do design.
É provável que no âmbito de políticas culturais abrangentes e integradoras, o design enfrente novos desafios para afirmar sua identidade, romper resistências existentes nesse campo, evidenciar suas potencialidades, bem como encontrar novos caminhos. Caminhando com outros setores culturais que se pautam por orientações confluentes, pela perspectiva da transversalidade em suas iniciativas, pelas ações cooperativas e pela observância da destinação social de seus projetos.
O design certamente estará sujeito a novas inflexões, uma delas apontando que o mercado é apenas uma das esferas da vida social. Que a cultura não se reduz as suas oscilações e tendências. Que o design não pode ser refém de sua volatilidade.
As potencialidades sociais, técnicas e criativas do design tornar-se-ão mais evidentes na medida em que sejamos capazes de fornecer consistência aos nossos projetos integrados a políticas públicas abrangentes e de grande alcance social. Essa integração pressupõe a interlocução qualificada e a manutenção de relações mais harmoniosas e coerentes com outros setores da arte e da cultura. Setores que enfrentam os mesmos desafios na afirmação de suas identidades, especificidades e virtualidades.
Nesse patamar, a interação cultural pode ter como conseqüência o reconhecimento definitivo do design, a valorização de suas potencialidades, viabilizando a realização de projetos que promovam e assegurem o respeito à diversidade cultural, à cidadania e aos pressupostos do desenvolvimento social sustentável.
A II Conferencia Nacional de Cultura também foi marcada pela profusão de linguagens e pela criatividade demonstrada na defesa das diversas proposições apresentadas. Face à diversidade de grupos que compunham a plenária, a explicitação de idéias exigiu vigoroso esforço de convencimento. Os coletivos proponentes organizaram-se para tornar mais convincentes suas intervenções, lançaram mão da de recursos visuais, da dança, da coreografia, da cenografia, dos mais variados artifícios técnicos e lingüísticos para serem identificados, valorizados e inseridos nas políticas culturais. Comunidades indígenas, ribeirinhos, quilombolas, vaqueiros, griôs, mestres da tradição oral, grupos étnicos e religiosos, entre tantos, seguramente se fizeram ver e ouvir. Por meio de performances bastante originais deram maior projeção as suas demandas. Evidenciaram dentro do cenário das discussões políticas as virtualidades críticas e criativas da cultura e das artes de diferentes regiões do país.
Wagner Braga Batista
Professor aposentado da Universidade Federal de Campina Grande
Parte I - clique aqui!
Parte III - clique aqui!
Parte IV - clique aqui!
Nenhum comentário:
Postar um comentário